porque até os “bichos” tem um paraíso… afinal de contas, não existem “bichos”… tudo depende de quem os vê... e com os olhos que os vêem…

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Imagino-te…

Mais uma noite recordando quando aparecias nas asas da noite, como anjo perdido num céu qualquer.
Vinhas com o vento que soprava de Norte, para acalmar a minha vida...
Escorrias, como a chuva, pelo meu corpo que se entregava à tempestade...
e sentia-te, sem que me tocasses, como se fosses nada, invadindo todo o meu ser…
Davas-me de beber, como se fosses fonte de água fresca, que acalma o calor do Verão…
Cantavas-me ao ouvido, como se de música fosses feita...
Acariciavas-me a alma, com a tua voz, inaudível, que apenas eu escutava...
Quebravas em mim o silêncio dos passos perdidos num caminho que trilhava em busca de ti…
E era na madrugada da vida que te encontrava, como utopia, como desejo por concretizar, como aposta perdida, como quadro por pintar…
Afinal, é-me sempre permitido sonhar, recordar… mesmo quando os sonhos não passam disso mesmo, mesmo quando a realidade ofusca o brilho da esperança, mesmo quando, já não tenho forças para acreditar…
Agarro-me, ao corpo desnudo que gravei, sinto como meus os relevos da tua pele, inalo os aromas que guardei de ti, e faço-te, MULHER, diante de mim...
...moldando com minhas mãos o ar, o vazio, como se ganhassem formas voluptuosas de ti própria… contornos que apenas eu sei, imagens que apenas eu vejo…
E amo-a, como só o criador pode amar a sua criação, como só o poeta percebe a dor do seu poema, como só o artista compreende a sua arte…

Inspirado num blog de uma amiga (Lady B.)


1 comentário:

  1. Olá,
    Vim passear por aqui.
    Adorei o passeio!
    Voltarei sempre.
    Beijos

    ResponderEliminar